Professor: Márcio Alessandro de Oliveira.
Objetivo
geral: conhecer as especificidades do tema da prova de
Redação do Enem.
Objetivos
específicos:
1º:
apresentar a diferença entre assunto e tema;
2º:
identificar as palavras-chave e os modificadores, os quais direcionam o tema.
3º:
encarar o tema da prova como uma situação-problema;
4º:
reconhecer a diferença entre tema afirmativo e tema interrogativo;
Pré-requisito: leitura de A Redação no Enem 2013: Guia do participante;
Observação: Será útil a capacidade de reconhecer sintagmas.
A identificação e a interpretação do tema na prova de Redação do Enem
assunto ≠ tema
O assunto é
amplo, o tema é específico, direcionado.
Do assunto violência, extraem-se os temas:
A continuidade da violência contra a mulher
no Brasil.
Violência no trânsito no Brasil.
Criminalidade urbana no
município do Rio de Janeiro.
Os substantivos em negrito são as
palavras-chave, enquanto os modificadores, como adjetivos e advérbios, alteram tais palavras e lhes dão direcionamento e especificidade. Os advérbios em questão, é claro, não modificam
verbos, pois estes não estão presentes nos enunciados. Contudo, as locuções adverbiais modificam
toda a frase, conforme um dos ensinamentos de Celso Cunha e Lindley Cintra.
O aluno não é obrigado a
identificar sintagmas e palavras-chave, as quais são os núcleos, as partes
principais dos sintagmas. Entretanto,
esse procedimento é útil por facilitar a memorização, fundamental para quem
quer evitar a fuga parcial ou total de tema.
A memória discursiva permite o esquecimento e os deslizamentos ou desvios
de sentido, o qual, como diz Eni Orlandi, sempre pode ser outro, embora não
possa ser qualquer um.
No
Enem, o aluno não direciona o tema. Quem
faz isso é a banca. Ao aluno cabe
interpretar o tema já direcionado para produzir uma tese que a banca
identifique claramente no texto, e que a ela, banca, mostre que o aluno
interpretou o tema da maneira que ela esperava.
No Enem, o
tema, como em outros exames, é uma situação-problema
O sentido não pode ser
qualquer um. Numa entrevista de emprego,
o efeito que queremos causar é um, num discurso de formatura, o efeito desejado
é outro. A banca do Enem quer que o
estudante saiba lidar com problemas de caráter social; da mesma forma, quer que
saiba apresentar intervenções, sempre com respeito aos direitos humanos. Assim como um rapaz pode perder a chance de
iniciar um relacionamento durante um encontro noturno por falar só da
ex-namorada a noite toda, um vestibulando pode perder uma nota alta por não
produzir os efeitos que a banca quer.
Cada situação comunicativa exige um dizer próprio, e com a prova de
Redação do Enem não é diferente.
Os temas mais acima são objetivos
afirmativos, mas há os interrogativos.
Tema afirmativo: O funcionamento da Lei
Seca em grandes cidades brasileiras.
Tema interrogativo: A Lei Seca tem
funcionado como deveria?
Fico por aqui. Até a próxima aula.
Referências
bibliográficas:
BIAR, Liana; PINNA,
Rafael; RABIN, Bruno. Pré-vestibular social: redação. v. 1. 4 ed. revista. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2014.
CINTRA, Lindley; CUNHA,
Celso. Nova gramática do português contemporâneo. 5ª edição.
Rio de Janeiro: Lexicon, 2008.
FERREIRA, Marina;
PELLEGRINI, Tânia. Redação, palavra e arte. São
Paulo: Atual, 1999.
INEP. A
Redação no Enem 2013: Guia do participante.
Brasília, 2013.
MAGALHÃES,
Diógenes. Redação com base na Linguística (e não na Gramática). 10ª edição.
Rio de Janeiro: Edições Coisa Nossa, 2008.
MONNERAT, Rosane; VIEGAS, Ilana Rebello.
Português I
(vol. II). (Apostila
da disciplina do curso de Letras da UFF.)
1ª edição. Rio de Janeiro:
Fundação Cecierj, 2012.
MARIANI, Bethania;
DIAS, Juciele Pereira; BRANCO, Luiza Castello; LUNKES, Fernanda; TRAJANO,
Rapahel de Morais. Linguística V. Rio de
Janeiro: Fundação Cecierj, 2015.
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